A PRISCILLA MORAES

A jornada começou às 6h da manhã. Estávamos prontos, o repcine Carlito Chagas, o motorista Victor Hugo e eu. A pauta era chuva e a missão era ir até o CICC, no Centro do Rio.

Às 6h36 tudo mudou. Recebi uma ligação do produtor Bruno Pontes e as únicas palavras que guardei foram: "Priscilla! PF! Operação! Marielle! Corre!"

Corremos.

Chegamos à Sede da Superintendência da Polícia Federal, na Zona Portuária, às 7h06. Às 7h07 estávamos ao vivo com Dani Gemignani dando a notícia que, há seis anos, o Brasil esperava receber: estavam presos os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes. 

Logo em seguida, fizemos os primeiro vivo na rede inteira. A GloboNews foi a primeira equipe a chegar a PF e a fazer as entradas ao vivo da frente da sede superintendência regional. O segundo vivo na rede dividindo as informações com o repórter Lucas Madureira, que estava em frente ao TCE, no Centro do Rio.

Ao longo da manhã, registramos a chegada dos presos, um a um. Chiquinho Brazão, deputado Federal pelo União Brasil; Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Avançamos também com a informação de que os presos seriam levados a presídios federais em Brasília.

O momento mais emblemático foi a declaração das viúvas de Marielle e Anderson. Estávamos ao vivo quando as duas atravessaram a cancela da PF de mãos dadas, decididas a falar com a imprensa. E falaram. Da primeira a última palavra, tudo transmitido ao vivo na GloboNews.

Sem dúvida, a cobertura mais marcante (e emocionante) da minha carreira até agora. E nada, absolutamente nada, teria sido feito do jeito que foi, não fosse toda a equipe da GloboNews jogando junto o tempo todo. Dos produtores aos editores, dos amigos da coordenação e todos no switcher e na redação. Meu agradecimento vai a todos, principalmente, a Carlito Chagas, com quem tive o prazer de dividir esta longa e honrada jornada de trabalho.